A Arte que transforma
O Projeto TRILHAR A ARTE QUE TRANSFORMA leva o público a percorrer os caminhos por onde a arte transforma
os vários elementos da terra em obras de extrema beleza plástica (fine art) e a tomar contato com
processos que transmitem a sustentabilidade (Economia Criativa).
Não por acaso, a arte é tomada como fator paradigmático no Trilhar, pois em todas as suas diferentes
formas de expressão, nos ajuda a elaborar o pensar; a construir e ressignificar coisas, objetos e
sentimentos. Exercita a nossa imaginação e nos atenta para a importância da nossa história e memória
para viver em sociedade.
Sobre a CTG Brasil
A CTG Brasil trabalha para desenvolver o mundo com energia limpa em larga escala. Segunda maior geradora privada de energia do país, conta com a dedicação de seus talentos locais e está comprometida em contribuir com a matriz energética brasileira, pautada por responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. A empresa tem investimentos em 17 usinas hidrelétricas e 11 parques eólicos, com capacidade instalada total de 8,3 GW. Criada em 2013, é parte da China Three Gorges Corporation, uma das líderes globais em geração de energia limpa.
Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e CTG Brasil apresentam:
MARCHETARIA
DO DESCARTE À ARTE
DANILO BLANCO
MUSEU E CENTRO DE CONVENÇÕES PROFESSORA NARA NONATO
ILHA SOLTEIRA - SP
ABERTO AO PÚBLICO
DE 20 DE AGOSTO A 24 DE SETEMBRO DE 2022
SEGUNDA A SEXTA: 8H ÀS 17H
SÁBADO: 14H ÀS 22H
DOMINGO: 16H ÀS 20H
Rubens Fernandes Junior
CRIAÇÃO ESTÉTICA
E INTERVENÇÃO SOCIAL
Harmonia, escala, simetrias e assimetrias, padrões geométricos, composições articuladas, desarticuladas, estranhas e movimentadas. Tudo isso e muito mais pode ser encontradoWW nos trabalhos de marchetaria de Danilo Blanco, artista, designer de superfície e educador social. Um trabalho desenvolvido há décadas e de reconhecimento nacional e internacional. Com a tranquilidade de um sábio, ele transita entre o mundo da arte – museus, galerias e instituições culturais – e o mundo da educação, através de consistentes e inquestionáveis ações sociais.
Danilo Blanco desenvolve sua arte
em diferentes formas de expressão –
desenho, criação de objetos, pequenas
esculturas, fotografia, entre outras –,
mas foi na marchetaria que encontrou
uma linguagem mais potente para
expressar suas experimentações
visuais. A marchetaria, arte milenar,
é uma técnica que exige disciplina
e conhecimento de um léxico muito
específico, ou seja, um amplo
conhecimento de madeiras e de
ferramentas próprias.
Ao olhar seu trabalho, de refinado
equilíbrio técnico e estético, é quase
impossível não associar a outras
visualidades. Sua obra, mesmo
considerando aproximações com
a arte indígena, os grafismos da
Bauhaus, as estruturas de Mondrian
e até mesmo do concretismo, tem
sintaxe própria. Como ele mesmo
afirma: “Me incomoda quando alguém
me coloca próximo de trabalhos
consagrados e meu interesse está
nas fronteiras de outras influências”.
Exatamente nessas fronteiras é que
está sua singularidade.
Seu interesse se concentra no
geométrico abstrato, daí seu senso
atávico de organização no momento
da criação, que tem como ponto de
partida sua intuição, desenvolvida
ao longo de sua experiência,
pesquisando diferentes materiais e
formas de expressão. Danilo lembranos
que, como bom observador da
natureza, “tem que se ter a coragem
do mergulho, pois a pérola nunca está
na superfície e sim nas profundezas
dos oceanos”.
Sua atividade artística, no entanto, só
tem sentido quando associada à sua
atuação como educador social. Depois
de alguma vivência em diferentes
ateliês que trabalhou, teve uma participação
voluntária de mais de cinco
anos na Zona Leste da cidade de São
Paulo, experiência repetida em outras
comunidades, escolas públicas, e hoje
desenvolvida em instituições culturais
como o Sesc e a Fundação Stickel.
Com isso, orgulha-se de ter orientado
milhares de jovens através de programas
que visam não apenas estimular
a capacidade de criação, mas,
principalmente, valorizar o trabalho
manual e a disciplina, bem como desenvolver
e manter valores sociais e
culturais. Para Danilo, seu trabalho
na educação social está alinhado com “os
princípios e conceitos de sua trajetória
artística, que se sustenta em três pilares:
processos colaborativos em arte, ofício da
marchetaria na linguagem contemporânea
e intercâmbio de conhecimentos”.
Os resultados são reconhecidos e democratizados.
Ele produziu dois incríveis
murais, sendo um deles em 2019 no Terminal
Cachoeirinha, e outro em 2018, na
Estação Palmeiras Barra Funda − CPTM/
Metrô. Este último mural é composto de
600 peças de mesmo formato, 15x15 cm,
cuja matriz é o trabalho de marchetaria,
de cada aluno, que foi digitalizado e impresso
no azulejo. Nessas estações, em
que circulam milhares de pessoas diariamente,
os murais criados por Danilo
Blanco a partir de cada azulejo assinado
dão visibilidade aos jovens que foram estimulados
a criar livremente suas formas.
Jovens que ganharam um protagonismo
em murais públicos com forte impacto nas
comunidades.
Agora, com o Projeto Trilhar – A arte que
transforma, surgiu, mais uma vez, a oportunidade
de realizar um trabalho educativo
com os alunos das escolas públicas de
Ilha Solteira, que resultou em uma obra
permanente, instalada no Museu e Sala
de Convenções Professora Nara Lúcia Nonato.
Com isso, marca-se a presença do
artista, tanto com sua exposição temporária
como pela obra definitiva, fruto da sua
ação educativa, interativa e potente, com
a comunidade.
O trabalho de Danilo está dividido entre
sua produção artística e sua atuação
como educador social – criação estética e
intervenção social. Eles se complementam
e se nutrem da experiência compartilhada.
“Os alunos avançam com liberdade
sobre o desconhecido, e isso é o que me
toca profundamente. As vivências são
enriquecedoras e, ao longo do processo, busco ensinar o que sei e aprender com
os jovens a saltar sem medo diante do
desconhecido”, afirma.
Danilo Blanco, ao buscar a associação
de peças com cores, texturas e nervuras
diferentes, cria uma marchetaria de
padrões estéticos abstratos que revelam
sua inquietação diante da vida. Pleno de
efeitos visuais provocativos e matizes
instigantes, seu trabalho é quase sempre
um mergulho numa visualidade gráfica
muitas vezes desconcertante.